Estamos presenciando as últimas edições do Carnatal, uma festa que, a cada ano, perde seu brilho e apelo popular. Isso é evidenciado pela redução no número de foliões e na diminuição do impacto econômico que a celebração tem na cidade.
Recordo-me dos tempos em que o Carnatal era um patrimônio compartilhado por todos os natalenses. Os abadás começavam a ser comercializados no meio do ano. Na semana da festa, o axé dominava as rádios, supermercados e lojas, criando um clima especial nos dias que antecediam o evento. A sede do América ficava lotada, com pessoas em busca dos últimos abadás disponíveis.
As faculdades e escolas dispensavam seus alunos na quinta-feira, o comércio fechava mais cedo, o trânsito ao redor do Machadão era desviado, camarotes eram montados na Romualdo Galvão, e o público garantia a animação com a pipoca, muitas vezes mais empolgante do que o próprio bloco. Os ambulantes lucravam o equivalente a um mês de vendas em apenas quatro dias, e a praia de Ponta Negra ficava lotada de turistas em busca de recuperar-se da festa anterior.
MOTIVOS DO DECLÍNIO
O declínio da festa pode ser explicado por vários fatores como:
- a queda do axé music,
- mudanças no percurso,
- alterações na programação,
- a perda de apoio popular
- ou até mesmo o preconceito disfarçado de alguns com os blocos LGBTQIA+ que estão cada vez maiores.
Não é justo atribuir a responsabilidade desse declínio ao governo ou à prefeitura, pois continuam sendo apoios fundamentais para o evento. A empresa Destaque, ciente da baixa, vendeu o Carnatal no ano passado para três grupos distintos, comprometendo ainda mais a identidade do evento.
O que presenciamos agora é apenas um vestígio de uma festa que marcou a história da cidade, colocando Natal no mapa do turismo internacional, mas que hoje enfrenta dias de decadência. O Carnatal está se distanciando cada vez mais da essência natalense.
Fonte: https://blogdobispo.com.br/
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