O ano legislativo ainda nem começou. Os novos vereadores ainda não foram diplomados, e a cerimônia de posse está longe de acontecer. Mesmo assim, as viagens a Brasília já começaram. A pergunta que fica é: o que essas pessoas que ainda nem assumiram oficialmente têm a oferecer ou a resolver na capital federal? O que vestão buscando? A mensagem que surge é preocupante: antes de começar o trabalho, a política local parece mais interessada em inaugurar outra temporada de turismo político.
A situação é familiar para a população, que já assistiu a este filme diversas vezes. A prática de levar representantes municipais a Brasília vai continuar. A “farra das passagens”, termo que não é tão anacrônico, parece ter voltado. Em nome de “familiarização” ou “preparação”, os custos com passagens, estadias e, muitas vezes, mordomias se acumulam, enquanto o passivo fica com a dúvida: o que ganhamos com isso?
Sem Experiência, Sem Resultados Concretos
Sejamos francos: quantos esses futuros vereadores têm, de fato, algo a resolver em Brasília? Quantos possuem o conhecimento político e administrativo necessário para dialogar com os representantes federais? Muitos sequer sabem a dinâmica dos bastidores do Congresso ou como funcionam os trâmites de projetos de lei. E, por isso, seus destinos na capital são facilmente questionáveis.
Os futuros vereadores estariam sendo “prestigiados”, mas, na prática, esse “agrado” se assemelhava mais a uma estratégia de alinhamento de interesses do que uma preparação política. Há uma troca de favores velada? Qual seria o custo real desse intercâmbio? Até que ponto esse investimento inicial se traduzirá em ações efetivas no futuro?
Uma Conta Que o Contribuinte Paga
Enquanto o povo se preocupa com problemas concretos — saúde, segurança, educação e infraestrutura da cidade —, a atenção dos eleitos parece voltada para os próprios interesses e para as áreas de Brasília. Pouco se fala sobre o que foi, de fato, negociado ou conquistado em prol da cidade em cada uma dessas visitas.
O discurso da “necessidade” de estar em Brasília é tão vazio sem resultados concretos para apresentar. Ao contrário, resta a impressão de que a velha “farra das passagens” continua a ocorrer. Afinal, quem paga por esses voos, estadias e despesas acessórias?
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