Na grande feira da vida, caráter, dignidade, moral e personalidade são itens que deveriam estar no carrinho de compras de todo mundo. Infelizmente, muitos acabam trocando esses bens preciosos por um pacote de salgadinho e uma nota de cinquenta.
Caráter deveria ser a base de qualquer ser humano, mas parece que virou artigo de luxo, tipo caviar. Tem gente que acha que é só para a elite e prefere a versão genérica, vendida por uma gorjeta e um sorriso amarelo. Se o caráter fosse um carro, estaria escondido no showroom, enquanto a falsificação barata circula por aí, bufando fumaça e pedindo carona para chegar no fim do mês.
A dignidade é aquele tipo de coisa que, uma vez perdida, é difícil de recuperar. Parece um celular caindo na privada: você até tenta resgatar, mas sabe que nunca mais será o mesmo. E tem quem venda a dignidade por uma quantia que mal cobre o aluguel, achando que é só uma fase. Afinal, um mês sem pagar a Netflix dá para sobreviver, né? Mas a verdade é que quem troca dignidade por dinheiro vive como se estivesse sempre a um passo do constrangimento alheio.
A moral anda sumida, coitada. Já foi avistada pela última vez na esquina, sendo trocada por um favorzinho aqui e ali. Parece figurante de novela: a gente sabe que existe, mas raramente ganha destaque. Tem quem justifique dizendo que a moral é relativa, mas na verdade é só uma desculpa esfarrapada para negociar princípios por migalhas. Se fosse um produto, estaria no fundo da prateleira, com desconto e ainda assim ninguém levaria.
A personalidade é algo que deveria ser único, intransferível. Mas na era dos influencers, parece que todo mundo está vendendo a sua própria versão, tipo hambúrguer de fast-food: mesmo gosto, mesma aparência, pouca substância. Quem tem personalidade forte é visto como excêntrico, mas quem vende sua autenticidade por um like vive na bolha do efêmero, esperando a próxima chuva de seguidores.
No fim das contas, quem troca caráter, dignidade, moral e personalidade por uns trocados está sempre em promoção, mas nunca encontra valor real. É como comprar uma passagem para o fracasso, sem direito a reembolso.
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